Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades!
A tradição já não é o que era!
No antigamente é que era bom!
Parece um discurso saudosista mas não.
Mudam-se os tempos é verdade. As mentalidades evoluem conquistam-se direitos e especialmente nós mulheres temos conquistado alguns felizmente.
Longe vão os tempos da outra Senhora em que se exigia que as mulheres fossem puras e onde se publicavam pérolas como esta:
- O lugar da mulher é no lar. O trabalhar fora de casa masculiniza.
- A mulher deve estar ciente que dificílmente um homem pode perdoar uma mulher que não tenha resistido a exp pré nupciais, mostrando que era perfeita e única exactamente como ele a idealizou.
- Se desconfiar da infedilidade do marido, a esposa deve redobrar o seu carinho e atenções.
- A desarrumação numa casa de banho desperta no marido a vontade de ir tomar banho fora.
- A mulher ocupada a sério com a sua casa não tem tempo nem paciência para se entreter com a vida alheia.
(Crónica Feminina)
Este tempo felizmente já lá vai e se Salazar pudesse passar os olhos por certos blogues que andam por aí, acho que se levantava do túmulo e começava a gritar pela pide!
Temos que nos recordar que no tempo dele, as enfermeiras estavam proibidas de casar, as professoras podiam fazê-lo só com quem ganhasse mais do que elas...e, por aí fora.
Conquistamos muitas coisas ao longo dos tempos é verdade mas houve e há uma coisa que nunca precisou de ser conquistada, "o respeito por nós mesmas", pelo nosso corpo, pela nossa identidade, aquele respeito que damos à palavra Mulher.
É bom que se destruam tabús, preconceitos, que se fale em deveres que se questione a sociedade e as normas hipócritas que a regem na maioria das vezes mas, convenhamos que anda muita gente por aí sem noção nenhuma do que significa "ser Mulher"
A Net trouxe uma grande liberdade e o dito anonimato proporcionou uma abertura impensável há um bom par de anos, só que em muitos casos essa mesma liberdade é um espelho de um universo muito pobre de auto estima, respeito, principios e formas de estar.
Frases como estas:
«Amanhã vou estar no msn. Pode ser que me masturbe frente à webcam»
«Sinto falta de ter alguém a tocar-me, a chupar-me, a lamber-me»
«Quero alguém que me f***, me chupe as mamas, me faça um minete»
«Ás vezes aqui e ali satisfaço-me dentro do possível com uma amiga através da webcam. Mais raramente o me c****** encontra o seu caminho natural e húmido dentro de uma boca ou cú interessado»
«Porque te masturbas frente à webcam? , pergunta alguém. Porque me dá prazer e além disso dou prazer»
Ora, mas quem sou eu para julgar seja quem for!!!
Sou eu! Mulher, filha, Mãe, irmã.
Grandes p****, apetece-me dizer....mas aí eu questiono-me, ...P****, não que isso é desconsiderar quem ganha a vida com o seu corpo. Que raio de espécime será este???
Que raio de prazer advirá de se exibir para uma caterba de velhos babosos que já nem com o viagra lá vão? ou para uma caterba de moçoilos cheios de acne, olheirentos que varam a noite a bater punhetas para a racha de uma qualquer??
...Um par de mamas que entram pelo monitor adentro, um corpo que se exibe na intimidade, linguagem obscena, desejos inconfessáveis noites e deliríos passados na própria companhia???
Isto é que é sexo??
Isto é que é ser Mulher??
Não sou retrogada, tenho uma mente aberta mas acredito e defendo que liberdade é diferente de libertinagem e que um corpo de mulher é muito mais que mamas e racha.
Ser mulher comporta ou deveria comportar acima de tudo "respeito" pelo próprio corpo, ter noção que sexo é muito mais que manipulações solitárias com plateia, afirmar, sou dona da minha vida e do meu corpo e trato-o com a dignidade que mereçe.
O sexo penso eu na minha talvez...ignorância é para ser vivido, gozado, disfrutado a dois no minimo. O sexo como diz a minha amiga faz bem à saúde mas, é aquele sexo que resulta do toque, da fusão, não este sexo virtual doentio que de livre não tem nada, antes pelo contrário vicía.
Mudam-se os tempos é verdade, as coisas evoluem mas eu recuso-me a acreditar que fazer sexo com uma máquina seja o que espera as gerações vindouras.
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. Liberdade ou libertinagem...