Pecadoras

Há a ideia generalizada de que os homens têm os previlégios todos, de que a vida foi pensada para eles e que para eles é só facilidades!

Tudo bem que o mundo é machista, a desigualdade existe, não contesto, os direitos não são iguais e também como referiu a Saia Justa homem é homem, mulher é mulher!

Agora que eles sofrem nas nossas mãos isso sofrem...

Passam a vida numa camisa de forças da masculinidade, crescem a ouvir (um homem não chora, homem que é homem não acha homem bonito, homem de verdade não recusa mulher, etc etc).

Somos quase sempre nós mulheres que os educamos assim e, quando deixam a puberdade rotulamo-los de imbecis, grossos, vulgares, conservadores, filhos da mãe, troxas, froxos, ignorantes, cretinos e por aí fora...

Queixamo-nos que eles acham que só por terem um pénis mandam no mundo e nas mulheres mas sempre que deparamos com um homem romântico, sensível, compreensivo, achamo-lo um palerma!

Nós mulheres somos acima de tudo e salvo raras excepções independentes-dependentes, queremos um homem forte, que lidere e depois dizemos-lhe para não se meter na nossa vida.

Um diz-nos que nos ama, que somos especiais e a gente ri-lhe na cara, outro diz-nos que gosta de nós, que nos quer comer, vem come  não diz mais nada e a gente, chora!

Acusamo-los de serem infiéis, de correrem atrás de tudo o que mexe como cachorro, mas se nos recusam ou se não estão a fim, são gays, ou tótos.

Para nós mulheres, a flexibilidade do sensível fácilmente se deixa dominar e a rigidez do machão obstrui a livre manifestação dos nossos encantos.

Um tira a Liberdade outro não oferece segurança.

Nenhum dos dois nos agrada, nós queremos o melhor de ambos; abertura e sensibilidade com vigor e direccionamento, presença imóvel com profundidade nómada, ou seja nem príncipe encantado, nem ogre machão!

Até encontrarmos ou acertarmos o tom, certo certo é continuarmos a foder-lhes a paciência.