O que motiva uma mulher a tornar-se prostituta é uma discussão antiga.
Necessidade apenas, ou algo mais que inclui prazer? Desvio de conduta? luxúria? Servas do diabo?, estas são apenas algumas questões de caractér moral e (religioso) que surgem sempre que o assunto é prostituição. É sem dúvida um universo marginal, violento, nlguns casos glaumoroso mas que envolve também o descaso do poder governativo.
A prostituição, excepto na antiga civilização grega, sempre foi considerada prática vergonhosa, triste e algo criminosa com variados graus de tolerãncia á sua prática Alegava-se que servia pelo menos para proteger a virtude das mulheres honestas contra a agressiva libído masculina, e era opinião práticamente unânime que as mulheres se prostituiam apenas por necessidade financeira. Uma espécie de escravidão involuntária.
Hoje em dia nada disso pode ser alegado, primeiro porque " agressiva libído masculina" não tem razão de ser, e segundo, a necessidade financeira, ficou sanada com o rendimento minímo.
Mais verdadeiro (embora não generalizando), será dizer que hoje em dia a prostituição é uma mera opcção profissional como qualquer outra, e não terá nada de vergonhoso na medida em que cada um tem o direito de usar o seu corpo da maneira que lhe pareça mais lucrativa. Em vez de por exemplo, vender-se a um homem só, escolhendo "um bom partido", ou usar de vez em quando os seus encantos para "subir" na carreira, ele ou ela, sentem-se livres para alugar o corpo e fazer disso fonte de rendimentos, assim como outros vendem a sua força muscular ou intlectual. Então porque não legalizar a prostituição?
Ora bem, este é outro tema que propicia a discussão. Se por um lado poderá aliviar a situação social de determinadas profissionais, por outro lado encerra o perigo de duplicar ou triplicar inconvenientemente o número dos seus praticantes.
A prostituição, nos dias de hoje, já não se reduz a um acto individual de uma pessoa que se aluga por dinheiro. Em Portugal, não há dados concretos que demonstrem esta realidade (porque será?), mas é sabido que por exemplo cerca de duzentas mil mulheres de países de leste, caem nas mãos de exploradores europeus e que este, é um negócio lucrativo e em plena ascensão que rende mais que o tráfico de droga. É bem mais fácil traficar mulheres que até só precisam de um passaporte e um visto.
Por sua vez, proxeneta ou chulo, é uma figura de filme, uma coisa lá das Américas, no entanto ele existe, e é sempre um explorador que vive do dinheiro que elas trazem todos os dias. Homens que reduzem a dinheiro a vida de mulheres que põem na prostituição. Por viverem na clandestinidade, são consideradas redes de crime e os exploradores de prostitutas lutam pela legalização da industria do sexo, mas não dão a cara por uma causa que só a eles dá lucro.
O que é pois mais degradante, mais vergonhoso, mais próximo da bestialidade? Prostituta ou Chulo?
De qualquer maneira , nós somos um país católico de brandos costumes, onde os casados procuram as meninas, porque há práticas que não são decentes com as próprias esposas. Usufruem pois do tal sexo respeitável em casa, e do sexo bestial fora de casa. Outros alegam que as amantes só dão complicações, telefonemas suspeitos, discussões homéricas, separações, pensão de alimentos, divisão de bens sem esquecer o clássico "ou eu ou ela" logo é mais comódo e menos trabalhoso. Além de que há ainda muita mulher com o culto da legitima.
Com legalização ou sem, há e haverá sempre a prostituta que vende o corpo e a que vende o espiríto.
É sempre muito fácil falar, o difícil será cada um ver-se ao espelho!
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