Inácia vinha da sua aula de catequese quando se deparou com um bando de miúdos todos excitados a ver os cães a acasalar. Presa de uma legítima indignação, corre os cães à pedrada e desata a pregar moral aos miúdos!
- Seus devassos, seus impudicos, quereis arder no fogo dos infernos? isto é lá coisa que se veja! instintos animais, bestialidade pura! já para casa seus magarefes!
Os miúdos desandaram e ela foi para casa a bufar de indignação. Comeu qualquer coisa leve e depois de deixar a cozinha imaculada, lavou-se fez as suas orações da noite e deitou-se. Mal tinha fechado ainda os olhos quando....
«- Se viu rodeada por uma matilha de cães raivosos com membros enormes, dentes arreganhados, prontos a saltar-lhe em cima. Num acto de desespero puro, desatou a fugir pelo meio da mata sem sequer ter consciência dos espinhos que lhe rasgavam a roupa e lhe arranhavam a pele. Foi-se embrenhando cada vez mais no denso matagal, sempre com os cães a rosnar no seu encalço até que num último assomo de energia, produto do desespero, galgou um portal e sá aí se sentiu a salvo. Iluminada apenas pelo luar foi tacteando na escuridão até que esbarrou num corpo, dando conta só então da sua nudez. A forma que dela se acercou, destablizou-a com o seu cheiro de animal primitivo e pouco depois, tremia de excitação e os seus gemidos impunham-se. Aquilo, mordiscava-lhe os ombros e humedecia-lhe a pele, arrastando os lábios pela base do pescoço. Segurava-lhe os seios com a mão e acariciava-lhe os mamilos com uma língua quente. Inácia não o travou. Atordoada, caiu de joelhos sobre um tapete de musgo e sentiu-o chupar com prazer um mamilo e outro, o estômago distendeu-se e sentiu uma dor aguda entre as pernas que a impeliu a agarrar a cabeça daquela forma indistinta.
O seu ventre foi percorrido com beijos, o umbigo invadido por uma língua quente ao mesmo tempo que umas mãos fortes lhe acariciavam as nádegas e desciam ao lugar mais recôndito do seu ser. Estás húmida e quente ouviu-o sussurrar ofegante enquanto os seus dedos desvendavam essa parte secreta, a sua boca procurou de novo a dele, enquanto os dedos continuavam a friccionar o pequeno vulto entre as pernas. Era tão bela a maneira como se tocavam, como os seus corpos se moldavam, lançou a cabeça para trás e ofereceu-lhe todo o seu corpo.Sem afastar os olhos, deixou-se acariciar até aqueles dedos a penetrarem ao mesmo tempo que o polegar lhe massajava o clítoris. Deixou escapar um suspiro, arfou e depois gemeu. as suas mãos apertaram-lhe a carne, as suas unhas enterraram-se e as suas ancas iniciaram uma dança ritmada e ouviu-se murmurar «Por favor», ao mesmo tempo que a sua vagina se distendia prevendo o orgasmo iminente. Quando por fim a tensão explodiu o seu corpo exprimiu-se em lascivos urros e grunidos de prazer. A sua mão fechou-se em torno daquele membro poderoso e guiando-o foi abrindo as pernas.
Mergulhado naquela húmida tepidez, sentiu o membro duro e pulsante penetrá-la milímetro a milímetro e então, com uma estocada seca e firme, iniciou-se a dança, um movimento ritmado, cada vez mais urgente, ao mesmo tempo que a sua vagina sofria espasmos em volta daquele corpo estranho, apertando-o, contendo-o, incitando-o. Os seus corpos moviam-se a um ritmo selvagem investindo e empurrando cada vez mais fundo. Levantou a cabeça e dirigiu o olhar para onde os seus corpos se uniam, ali onde uns pelos negros se enroscavam no ruivo dos seus. Fechou os olhos e elevou ainda mais as pernas e então começou a agitar-se e a gemer como se estivesse a ter uma convulsão. Louca de prazer, mordeu o punho quando aquela onda de fogo a submergiu. Depois daquele orgasmo, ficaram ambos parados, tensos, presos um ao outro, ele ainda dentro dela, as respirações agitadas contra as peles húmidas....»
-Inácia, Inácia, acorda mulher!
-Fiquei aflita faltas-te à missa das seis.
- Que te aconteceu? tens o pulso todo negro....
- Foi só um sonho Tia Emília, só um sonho...
-Inácia, vestiu-se e sentou-se para tomar o pequeno almoço mas, em vez da costumeira oração, só lhe acudia ao espírito aquela música :
«Eles não sabem que o sonho
É vinho, é espuma é fermento
Bichinho álacre e sedento
De focinho pontiagudo
Em perpétuo movimento...
Eles não sabem nem sonham
Que o sonho comanda a vida...»
Levantou-se danada a resmungar entre dentes " malditos cães" e abalou para a missa das oito.
Texto de ficção escrito na posse das minhas faculdades mentais ao abrigo da lei que me permite ser eu própria.
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