22 Horas de um dia qualquer...
Fazia frio , António só pensava em chegar a casa, mais uma vez foi o ultimo a sair do escritório . Mais um dia banal com muito trabalho.
Passou por ela e não resistiu ... Nem ele sabe o porque ....
O Perfume...?
A elegância...?
Não resistiu e disse quase entre dentes: Linda...!
Ela parou nesse momento. Ele ficou meio que atrapalhado pois não sabia que ela o tinha ouvido.
Ela sorriu só com a boca, os olhos continuavam sérios, quase ameaçadores.
- O que disse?
Orgulhoso como era, António e não querendo dar parte de fraco, olhou directamente nos olhos da mulher e com ar sério voltou a repetir:
- Linda...!
Uma gargalhada fê-la jogar a cabeça para trás o os cabelos quase se soltaram. Tirou o lenço perfumado do pescoço, sedutoramente balançou-o no rosto de António.
O perigo atiçou-a, ali estava um adversário à sua altura. Provocou-o, acometida por uma vontade repentina de provoca-lo a ver até onde era capaz de ir.
- Acontece, meu caro , que eu sou diferente. Não sou uma mulher carente que está há procura de homem ás escondidas do marido.
António ficou momentaneamente sem reacção com a resposta
- Atrapalhado...? Não deves ser grande coisa....
Ele ficou irritado, não estava acostumado a ser tratado desta forma.
Sabia que ela estava a tentar provoca-lo o que lhe dava mais charme. Mas afinal de contas o que estava a conhecer ali...?
Cruza-se com uma mulher na rua, elogia-a em voz baixa e.....Mas esta era especial, dava para ver.
Sem saber bem porquê, António pressentiu que aquela criatura significava perigo e dos grandes..!
Pensou em esquivar-se. Ou simplesmente continua o seu caminho. Mas ela atraía-o, era diferente...
Quantos anos teria? Aparentava no máximo trinta e cinco, mas uma amiga tinha-lhe ensinado que acrescentasse sempre dez anos à idade presumida de uma mulher.
Não lhe pareceu drogada, tampouco alcoolizada, talvez meio louca, sei lá, vai ver uma mulher “ferida”.
- E então...? A sua voz era grave e sensual... Só tem uma coisa, eu é que dito as normas, sim?
António afastou o cabelo escuro da testa, a noite estava húmida, daqui a pouco começaria a ficar gelada.. O dia no escritório tinha sido infernal, e agora isto...
- A noite está fria, não preferes ir a um hotel? Perguntou em tom conciliador, quase gentil.
- Não! Ela foi taxativa.
-Vamos para aquele canto da rua, é sossegado.
Ele olhou-a com curiosidade, a raiva já havia passado. E aquela criatura imponente que parecia ter saído das páginas de uma revista estrangeira de moda, de gestos finos e fala desbocada estava a deixa-lo mais interessado que nunca.
Meio mandona, bonita, rica com certeza, devia ser daquele tipo excêntrico que faz de tudo o que lhe dá na gana...
Por momentos, um “sino”, uma espécie de intuição voltou a alertá-lo que devia ir embora... Esta mulher podia ser uma armadilha., mas o macho que existia dentro dele não conseguia recusar
- Por que não, vamos lá então..
- Tu é quem sabes, mas está muito escuro, não tens medo de ser assaltada?
Ela respondeu com outra gargalhada, misto de excitação e deboche e com suas próprias mãos puxou-lhe o fecho da braguilha enquanto sua boca procurava a dele.
Beijaram-se, praticamente engalfinharam-se, cada um querendo abrir a roupa do outro.
Quase inconscientemente foram-se encaminhando para a parte mais escura, ele com a o blusão e a camisa abertas, o sexo já exposto...
Ela com o vestido suspenso, não usava roupa interior, a pele muito branca resplandecia contra as meias negras. Excitado, António baixou-lhe o decote com violência rasgando a fazenda fina.
- Desculpa, não fiz por mal!
- Não tem importância, ela sorriu, montando-lhe nas coxas, seminua, e exibindo os seios fartos de mamilos curiosamente escuros.
- O teu nome, como é que te chamas? O meu é António!
- Deixa lá isso dos nomes...- É o que de menos interessa no momento, não é? Sussurrou-lhe no ouvido.
As mãos tocavam-lhe o corpo todo, estavam de frente um para o outro, ela masturbando-lhe o sexo com perícia, parecendo não querer mais nada, só brincar…
António segui-lhe o exemplo e sentiu como ela estava quente...
Largaram-se por um momento. Ela deu-lhe as costas e António começou a morder de leve sua nuca descoberta e perfumada. Com a mão direita acariciou-lhe o rabo, enquanto com a esquerda lhe apertava os seios.
António suspendeu-a de encontro à parede suja do beco, enquanto ela se agarrava ao seu pescoço e ali mesmo penetrou-a, selvagens , desconfortavelmente, loucos de tesão!
O vestido rasgou e ela parecia não se importar com isso e nem com a dor nas costas.
Gritaram de prazer, e com as pernas bambas deixaram-se cair nos degraus húmidos de uma escada recém descoberta que levava à outra rua.
Ele acendeu um cigarro e ofereceu-o a ela. Ficaram os dois ali por um tempo incalculável, apenas a fumar sem conversar.
Ela pousou-lhe o dedo nos lábios. Beijou-o delicadamente nos olhos, no queixo, na boca.
Quando finalmente ela acabou, levantou-se lentamente e abaixou o vestido recompondo-se.
Ajeitou a écharpe negra transparente, e acariciou-lhe de leve o rosto.
Olhou-o mais uma vez e disse carinhosamente:
- Meu nome é Maria! Virou as costas e foi embora noite dentro
Nas sombras da noite, do outro lado da rua, a imagem dela perdia-se como de um sonho se trata-se.
António olhou de novo e pensou se tudo isto foi real ou alucinação ... talvez cansaço ....
(É a maldita crise ... muito trabalho )
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